Conte um conto e aumente alguns pontos!
Insucessos e inglórias servem de quê?
Um vestibulando escreveu-me frustrado por seus três anos perdidos na luta inglória por ser médico. A vida, que é dura, reprova aos eliminados pelo caminho com total tranquilidade. Fiquei alguns dias pensando numa provável resposta, já que naquele momento a atitude desse estudante fora totalmente repulsiva, até mesmo para comigo que nada tinha a ver com a história! Ou temos? Devemos preparar estudantes somente para receber aplausos ou principalmente para enfrentar suas derrotas?
Por aqui devemos parar e passar a estimulá-los a terem metas. Inicialmente nas relações sociais! Ora, deveria eu ter ouvido todas aquelas palavras indiáticas que me levaram a ter vontade de enxotá-la!? As relações sociais são hábitos tratáveis com pessoas que por vários motivos ainda estão inseridas em suas funções. Teria esse vestibulando pensado na catastrófica vida de um iniciante no curso de Medicina? Estranho currículo esse que leva a muitas desistências! Estudar Medicina pressupõe estudar inicialmente cadáveres, injetar-lhes formol, conservar estes corpos para, só então, descobrir a causa da morte! Não era estudar a vida para livrar da morte?! Não era observar o sangue correndo lindamente nas artérias e fazendo pulsar o coração? Não era ver o rim filtrando esse sangue e retirando todas as substâncias nocivas? Ou o pulmão sorvendo o oxigênio e o conduzindo ao cérebro que comanda e envia estímulos a todo o corpo? Não só era, é! Mas antes de observar isso, é encarar cadáveres... Os vômitos, as tonturas e desmaios são reincidentes. As noites são mal dormidas!
Vixe, como alguém pode perturbar a luta pela paz num momento de alguém nesse estágio de curso?! Já não basta ter que aprender enfiar agulha em veia de morto e vencer toda sensibilidade? Já não basta ter de chorar sobre todo o leite derramado, quando muitas vezes descobre-se o erro médico e a dificuldade de executar diagnósticos? A vontade que dá é de dizer : - Derrape nessa curva imprevisível de suas palavras, que lhes foram inevitáveis, derrape e caia!
Mas o que se há de sábio para se responder é: -Não há pódio sem derrotas! Muitos não sobem no pódio, não por não terem capacidade, mas porque não souberam superar os fracassos do caminho. Alguns não tiveram paciência para suportar o não! Não tiveram ousadia e bom humor para enfrentar as críticas , nem humildade para reconhecer suas falhas.
Mais importante que tentar de novo Medicina ou escolher ser dona de casa, é desenvolver habilidades, principalmente a tal Relação Social, faculdade tão pouco exercida nos dias atuais, mostrando-se hábil e gentil para com todos, seja você um cursista eleito, ou um desistente ou perdedor. Saber perder é tão importante como saber persistir. Mas mais importante é saber tratar com todos, e eliminar de seus sentimentos, o mais repulsivo, a saber, a inveja! Paz!
Inspirado nos livros: Melhores contos - Moacyr Scliar, Pais brilhantes, professores fascinantes - Augusto Cury.
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